O Banco Central do Brasil divulgou que os juros do cartão de crédito rotativo sofreram uma queda significativa, alcançando 412,5% ao ano em fevereiro. Esta redução de 6,8 pontos percentuais em relação ao mês anterior marca o segundo recuo consecutivo, sinalizando uma tendência de alívio nas taxas cobradas pelas instituições financeiras. Em janeiro, a taxa estava em 419,3% ao ano, o que destaca fevereiro como o mês com a menor taxa desde dezembro de 2022, quando foi registrada uma taxa de 411,9% ao ano, conforme aponta a série histórica do Banco Central iniciada em 2011.
Contudo, juros ainda se mantêm acima dos 100%
Apesar desta queda, os juros ainda se mantêm acima da regra que limita os juros da fatura no rotativo do cartão de crédito a 100%, medida que começou a vigorar no início de janeiro deste ano. O rotativo do cartão de crédito funciona como uma espécie de empréstimo de curto prazo, acionado quando o cliente não realiza o pagamento integral da fatura, deixando um saldo devedor para o mês seguinte.
Além da queda nos juros do cartão de crédito rotativo, o Banco Central também reportou uma redução nos juros médios cobrados tanto a pessoas físicas quanto a empresas. Para as pessoas físicas, a taxa média em fevereiro foi de 40,2% ao ano, apresentando uma diminuição de 0,3 ponto percentual no mês e de 3,8 pontos em doze meses. Já as operações com empresas registraram uma taxa média de 21,4% ao ano, com um recuo mensal de 0,9 ponto percentual e de 2,4 pontos em relação ao ano anterior.
O relatório do Banco Central também destacou que, em fevereiro, os juros das novas contratações caíram 0,4 ponto percentual, atingindo 27,8% ao ano, o que representa uma redução de 3,3 pontos percentuais em comparação ao mesmo período do ano passado. O spread bancário, diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa cobrada ao consumidor final, igualmente mostrou uma diminuição, alcançando 19,2 pontos percentuais.
Índice de inadimplência permanece estável
No que diz respeito à inadimplência, o Banco Central informou que o índice se manteve estável em fevereiro, fixado em 3,3%. Este indicador, que mede o percentual de créditos com pagamento atrasado no sistema financeiro, permaneceu inalterado tanto na análise geral quanto nos segmentos de pessoas jurídicas e físicas, que registraram, respectivamente, taxas de inadimplência de 2,6% e 3,7%.