Em um período de crescente preocupação com a sustentabilidade e a segurança alimentar, o Brasil emerge como um pioneiro na exploração de uma alternativa ecológica para a agricultura: os granulados bioclásticos marinhos. Com a realização do 1° Workshop Brasileiro de Lithothamnium (WBL) em 5 de maio de 2022, especialistas se reuniram para debater o potencial revolucionário desses recursos na agricultura nacional.
Os granulados bioclásticos, conforme definido pela Agência Nacional de Mineração (ANM), são compostos por restos de algas, moluscos e outros organismos marinhos, oferecendo uma alternativa rica em nutrientes para o solo. Reinaldo Pinto dos Santos, CEO da GBmex Mineração e patrocinador do evento, destaca o Brasil como um território fértil para essa revolução agrícola, graças à extensão da plataforma continental brasileira, rica em depósitos carbonáticos de algas calcárias.
De acordo com Reinaldo, a urgência de explorar alternativas sustentáveis para fertilizantes nunca foi tão evidente, especialmente com as recentes desorganizações nas cadeias globais de suprimentos. “O workshop abordou não apenas o uso agrícola desses materiais mas também enfrentou questões de legislação, licenciamento ambiental e obstáculos para a expansão da produção”, destacou. Especialistas de instituições renomadas como Embrapa, UFRRJ, e Universidade de São Paulo (Esalq/USP), entre outras, contribuíram para o debate, reforçando a viabilidade e a importância do uso sustentável dos bioclásticos.
País tem a maior reserva mundial
A análise de Silvio Tavares, da Embrapa Solos, reforça a posição do Brasil como detentor da maior reserva mundial desses bioclásticos, potencializando o país como um líder na produção sustentável de fertilizantes. A diversidade de aplicações dos granulados bioclásticos, que vão além do uso agrícola, incluindo suplementos de ração animal e tratamento de água, ilustra a versatilidade e o potencial econômico desses materiais.
No contexto do Plano Nacional de Fertilizantes, lançado pelo governo federal em 2022, o workshop ganha ainda mais relevância. O plano visa não apenas ampliar a produção de fertilizantes no Brasil mas também fortalecer a sustentabilidade ambiental e a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional. Os bioclásticos marinhos representam uma oportunidade para alcançar esses objetivos, reduzindo a dependência de importações e promovendo a inovação em fertilizantes mais ecológicos.
A iniciativa de discutir e promover o uso dos granulados bioclásticos marinhos na agricultura é um passo crucial para o Brasil, não apenas em termos de produtividade e redução de custos mas também na promoção de práticas agrícolas mais sustentáveis. À medida que o país avança nessa direção, a liderança e a visão de figuras como Reinaldo Pinto dos Santos serão fundamentais para transformar essa visão em realidade, posicionando o Brasil na vanguarda de uma agricultura mais verde e produtiva.
Fonte: Clicsc
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Redação ClicSC
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