O estelionato é um problema global que ganhou ainda mais relevância após a pandemia de coronavírus, que impulsionou a migração maciça para o ambiente digital. A crescente presença dos estelionatários nesse espaço transformou esse crime em uma das atividades mais lucrativas do crime organizado.
Os golpes chegam em diversas formas, seja por meio de mensagens no WhatsApp, e-mails, SMS ou por métodos mais tradicionais, como o golpe do “bilhete premiado”, entre outros.
Dados alarmantes em Florianópolis
Em Florianópolis, apenas nos últimos oito meses, foram registrados 10 mil boletins de ocorrência por estelionato. Estima-se que tenham sido extraídos cerca de R$ 60 milhões das vítimas com contas na capital.
Os dados alarmantes são fornecidos pela Delegacia de Combate ao Estelionato (DCE) em Florianópolis, uma divisão criada em 29 de julho de 2023, em resposta à explosão de casos desse tipo de crime. “Imagine quanto dinheiro pode ter sido retirado do restante do estado”, questiona a delegada Michele Alves Correa Rebelo, diretora da Polícia Civil da Grande Florianópolis.
Outro desafio enfrentado pela Polícia Civil é a pena relativamente branda para o crime de estelionato, o que não só incentiva a sua incidência, como também dificulta o trabalho policial. “Quando conseguimos caracterizar associação criminosa ou lavagem de dinheiro, aí sim passa a ser um crime passível de prisão, em regime fechado”, observa a delegada Michele.
Segundo o Código Penal, o estelionato prevê uma pena de um a cinco anos de prisão, uma punição considerada por muitos como obsoleta diante da complexidade e gravidade desse tipo de crime.