Uma parceria inédita, gravada entre os Mutantes e Tim Maia, pode ser lançada ainda este ano se houver concordância entre os integrantes da banda e o filho do cantor. O encontro, que teria gerado uma paródia de “Não quero Dinheiro”, teria acontecido quando Maia ainda não era muito conhecido. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
“Tínhamos as mesmas influências. Tudo o que ele cantava a gente conhecia”, relembra Sérgio Dias, dos Mutantes, em entrevista ao Estadão. Segundo o jornal, a banda deixou marcas na trajetória do amigo – e vice-versa. Os Mutantes recomendaram Tim ao diretor da PolyGram, André Midani, que o contratou para gravar seu primeiro LP.
Parcerias entre os Mutantes e Tim nunca chegaram ao grande público. Mas ao menos uma foi enviada em 1971 à Censura Federal, que aprovou a gravação. Uma folha submetida ao órgão com a letra de Quero Mais Dinheiro, assinada pela banda e pelo cantor, circula em comunidades sobre música brasileira no Facebook. A origem do papel é o site do Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN), com mais de um milhão de documentos.
Todos os integrantes dos Mutantes à época – Arnaldo, Dinho Leme, Liminha, Rita e Sérgio – foram contatados pelo jornal O Estado de S. Paulo diretamente ou por meio de assessores.
Nenhum deles se lembra da música e em quais circunstâncias ela foi feita. Muito menos de um registro. Mas ”Quero Mais Dinheiro” está preservada nos arquivos da gravadora Universal Music, detentora do acervo da PolyGram. Se houver autorização dos cinco e de Carmelo Maia, filho de Tim que administra o espólio do cantor, a faixa pode ser lançada.
Quem confirma a existência da gravação é o pesquisador Marcelo Fróes. Ele assinou a produção executiva de Tecnicolor, álbum que os Mutantes gravaram na França em 1970 e que saiu 30 anos depois. Com livre acesso ao arquivo da Universal, ele ouviu outras fitas de 4 e 8 canais com material bruto do grupo e se deparou com “Quero Mais Dinheiro”.
A música é uma paródia de Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar), grande sucesso de Tim, e é sobra das sessões de estúdio do disco Jardim Elétrico (1971).