A Polícia Civil informou esta tarde que o jovem Douglas Gonçalves Romano dos Santos, 23 anos, executado com mais de dez tiros no domingo em Balneário Camboriú havia delatado uma facção criminosa no Rio Grande do Sul. Ele chegou a integrar programa de proteção a testemunhas, do qual se desligou em janeiro deste ano.
Segundo a Polícia Militar da cidade do litoral catarinense, Douglas estava em uma corrida de aplicativo e desembarcou na Rua Justiniano Neves, no bairro Pioneiros. O motorista relatou à polícia que deixou o passageiro no local e que logo depois ouviu os disparos.
No dia 2 de fevereiro, ele já havia sido baleado durante festa em Camboriú. Em 2017, Douglas procurou a Polícia Civil e delatou a facção Bala na Cara, da qual foi integrante em Porto Alegre. Ex-gerente do tráfico no bairro Mario Quintana, relatou aos policiais e ao Ministério Público uma sequência de crimes cometidos a mando do grupo criminoso.
Na delação, Douglas revelou detalhes sobre o funcionamento da facção e sobre sequestros e esquartejamentos. A confissão gerou, nos últimos dois anos, pelo menos 60 processos por homicídios envolvendo a facção.
Com ajuda da delação, pelo menos três líderes da facção foram isolados ou presos, inclusive o líder José Dalvani Nunes Rodrigues, o Minhoca. Em março de 2017, Minhoca foi transferido para a penitenciária federal de Campo Grande (MS). Em julho do mesmo ano, outros 27 chefes do crime organizado foram encaminhados para unidades de segurança máxima fora do Estado.