Na noite de quinta-feira (27), o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) apresentou seu parecer na Câmara sobre o projeto de lei de combate às fake news.
Em resumo, o parecer estabelece regulamentos para penalizar a disseminação de informações falsas e responsabilizar as redes sociais por quaisquer infrações cometidas em seus ambientes virtuais. Prevê-se que o projeto seja votado na semana que vem.
Responsabilidade das empresas
De acordo com o texto, os provedores serão co-responsáveis pela reparação de danos resultantes de conteúdos gerados por terceiros, que foram distribuídos através do provedor mediante pagamento.
Transparência
O projeto de lei estipula que tanto os provedores quanto as plataformas devem solicitar a identidade de todos os anunciantes de publicidade e impulsionamento, mediante apresentação de documento.
Remuneração de conteúdo jornalístico
O relator argumenta a favor da remuneração da atividade jornalística pelas plataformas digitais, isto é, que essas plataformas paguem pelo uso de conteúdo produzido por empresas jornalísticas e profissionais da área.
Liberdade de expressão
O relatório enfatiza que a liberdade de expressão é um direito fundamental dos usuários dos provedores e que as proibições estabelecidas na lei não devem limitá-la.
o livre desenvolvimento da personalidade individual;
a livre expressão;
a manifestação artística, intelectual, de conteúdo satírico, religioso, político, ficcional, literário ou qualquer outra forma de manifestação cultural.
Representação no Brasil
O narrador também enfatiza que as redes sociais devem ter presença no Brasil, a fim de que possam ser processadas judicial e administrativamente, se necessário.
Crianças e adolescentes
Pelo texto, as redes devem tirar imediatamente do ar conteúdos que violem direitos de crianças e adolescentes.
Imunidade Parlamentar
O relatório amplia a imunidade parlamentar para o contexto das redes sociais. Isso significa que deputados e senadores não podem ser penalizados por expressar suas opiniões.
Contas-robôs
O relator propôs que o projeto criminalize a divulgação de conteúdos falsos por meio de contas automatizadas, as chamadas contas-robô.
Retirada de entidade fiscalizadora
No entanto, o relator removeu do relatório a proposta de criação de uma agência reguladora autônoma para fiscalizar as redes sociais. Ele explicou que a ideia não foi bem recebida pelos membros da Câmara, mas se comprometeu a buscar uma alternativa até a próxima semana para especificar quem será responsável por fazer a fiscalização das regras.
O que dizem as redes
A Meta, proprietária do Facebook, emitiu uma nota afirmando que não tolera atividades fraudulentas e que é essencial um amplo debate para garantir que a lei melhore, em vez de piorar, a internet.
Enquanto isso, o Google publicou uma carta aberta enfatizando que trabalha diariamente para combater essas questões, mas que o projeto de lei pode trazer riscos à segurança dos usuários e merece mais espaço para discussão e debate.
Na semana anterior, um conjunto de associações que representam empresas de jornalismo divulgou um manifesto defendendo o PL das Fake News. Segundo as empresas, o projeto é necessário “diante dos efeitos dramáticos da desinformação e do discurso de ódio” na sociedade.
Karoline Moura é formada em Design pela PUC PR, Social Media e Copywriting de ecoturismo, atua tanto em empresas de viagens e turismo, como editora no portal ClicSC.