Uma idosa está internada em estado grave com infecção generalizada de míase, quando há infestação de larvas na pele. Isso ocorre a partir da deposição de ovos de mosca em feridas ou orifícios do corpo, originando larvas que se alimentam de tecido humano. Elizabeth Lopes de Oliveira, de 64 anos, deu entrada na segunda-feira (24), no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), na Região Central do Rio Grande do Sul, depois de passar mal.
Quando as equipes realizaram os primeiros atendimentos encontraram as larvas brancas de moscas saindo da boca, por baixo da língua, e no nariz. “Eu fiquei desesperada, não acreditei no que estava vendo’, afirma a irmã Rosane Lopes de Oliveira, de 57 anos. A paciente foi encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Em comunicado, o hospital afirma buscar saber “se o incidente pode ter ocorrido nas dependências do Pronto Socorro do HUSM, onde a paciente deu entrada na sexta-feira (21) – oriunda de outro serviço de saúde, com rebaixamento sensório”. Ainda segundo a unidade, o ambiente é dedetizado e não há o registro da presença de moscas, mas “não está descartada a possibilidade de insetos entrarem no hospital”.
Elizabeth Lopes de Oliveira está na UTI do HUSM. A paciente passou mal no dia 16 e janeiro e foi levada por familiares a uma unidade de saúde. Após piorar, ela precisou ser transferida e intubada no hospital. “Eu fiquei olhando o nariz, e começaram a sair umas larvinhas brancas. Quando eu levantei a língua dela, embaixo da língua estava branquinho daqueles bichos. Cheio dos bichos”, comenta a irmã.
Nota dos HUSM:
Na manhã de terça-feira, 25, a Gerência de Atenção à Saúde convocou reunião com os profissionais responsáveis pela Divisão de Gestão do Cuidado, Chefia do Pronto-Socorro, e Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente. O grupo irá apurar as circunstâncias envolvendo o aparecimento de miíase (pequenas larvas depositadas por mosca) na boca de uma paciente de 64 anos, internada, atualmente, na UTI do hospital. O fato foi identificado na manhã de segunda-feira, pela equipe de Enfermagem, durante a primeira das três higienes oral diária realizada nos pacientes entubados.
Os profissionais buscam apurar se o incidente pode ter ocorrido nas dependências do Pronto Socorro do HUSM, onde a paciente deu entrada na sexta-feira (21) – oriunda de outro serviço de saúde, com rebaixamento sensório. Logo após ser admitida, a paciente necessitou ser entubada, permanecendo na emergência do hospital até a liberação de leito de UTI, para onde foi transferida, na segunda-feira.
De acordo com o Setor de Higienização e Gestão e Resíduos do hospital, é realizada dedetização mensal nas unidades de internação, podendo ocorrer uma vez por semana se houve demanda das equipes assistenciais. Contudo, não há registro da presença de mosca no Pronto-Socorro, onde a maior parte das áreas de atendimento possui ar-central, nem na Central de UTIs, onde o ar é também centralizado.
Porém, devido a superlotação no Pronto-Socorro, com a abertura frequente de portas de acesso para passagem de macas (ocasionado pelo alto fluxo de atendimento diário), bem como a necessidade de promover a ventilação dos ambientes anexos, não está descartada a possibilidade de insetos entrarem no hospital.