Uma ação para coletar DNA de parentes de desaparecidos será iniciada pelo Programa Conecta ainda neste mês. O objetivo é dar fim a busca e ao drama das famílias. A captação faz parte de uma campanha nacional e será realizada em Florianópolis, Criciúma, Joinville, Chapecó e Lages, por meio do IGP (Instituto Geral de Perícias), que desenvolve o programa Conecta com o apoio da Delegacia de Desaparecidos, do SOS Desaparecidos, do (GAFAD) Grupo de Apoio aos Familiares de Desaparecidos e do MPSC (Ministério Público de Santa Catarina). A informação foi divulgada pelo Portal ND+.
Santa Catarina tem até o momento três crianças desaparecidas no Estado. Duas sumiram em São José e uma em Jaraguá do Sul, segundo dados da DPPD/PCSC (Delegacia de Polícia de Desaparecidos de Santa Catarina). As duas crianças que seguem desaparecidas no município de São José, na Grande Florianópolis, são Diego Póvoas, que sumiu em 01/02/1989, com então 11 anos, e Elicéia Silveira, desaparecida em 18/03/1995, aos 9 anos à época. Os casos continuam um mistério.
Já Emili Miranda Anacleto, de 1 ano e 11 meses na época, desapareceu no dia 21 de maio de 2014 após sair da casa onde morava com a mãe, em Jaraguá do Sul, no Norte do Estado, acompanhada do pai. Segundo o delegado Wanderley Redondo que é responsável pela DPPD, os dados de familiares da menina Emili já estão no banco de dados há algum tempo. Ele acredita que a menina está viva e que algum parente deve estar com ela.
Sobre os casos de crianças desaparecidas antes da tecnologia estar disponível, o delegado afirmou, “Todos os casos em que as famílias permitiram e quiseram fornecer o material, nós já coletamos o DNA, fizemos as análises e jogamos no banco de dados”. Entre crianças e adultos, cerca de 1.329 pessoas estão desaparecidas em Santa Catarina. Todo os casos ainda sem respostas.
“No momento em que não há novas informações, os casos ficam aguardando em espera”, afirma o delegado. “No momento que tiver alguma informação, ou alguma pista nova, nós vamos apurar, e o caso anda. Ele fica aguardando, ele não é arquivado”, finaliza Wanderley Redondo.
Como funciona o Programa Conecta
O programa Conecta tem como objetivo coletar material biológico de familiares de pessoas desaparecidas para inserção dos seus perfis genéticos no BPG/SC (Banco Estadual de Perfis Genéticos de Santa Catarina), em paralelo à criação de um banco unificado contendo os dados biométricos, antropológicos e odontolegais dos desaparecidos.
delegado Redondo afirma que a técnica de busca a partir de DNA de familiares já é utilizada no Estado desde 2015. “Em parceria com o IGP nós já estamos fazendo [a coleta] há mais de cinco anos. Agora, em razão da Secretária Nacional de Segurança Pública, será intensificado a nível de Brasil”, comenta. “Santa Catarina é o 4º Estado do país em coleta de material de familiares de desaparecido”, ressalta. O responsável pela DPPD explica como esses dados são utilizados na localização destas pessoas.